Em luta contra o marco temporal, lideranças realizam a maior mobilização indígena dos últimos 35 anos
A luta pelas florestas e biodiversidade ganhou um capítulo simbólico e muito especial esta semana. Vindos de todas as regiões do País, 6 mil lideranças, de 176 povos diferentes, se reúnem na capital federal até o final desta semana para o acampamento #LutaPelaVida. Elas participam de uma série de plenárias, atos políticos, discussões e articulações contra a tese do marco temporal. Pelo número de povos, indivíduos envolvidos e contexto político que caracteriza este encontro, esta aliança já é considerada a maior e mais importante mobilização indígena dos últimos 35 anos.
O motivo principal do acampamento é o julgamento do Recurso Extraordinário 1.017.365. Previsto para ser realizado nesta quarta (25), ele acabou sendo adiado – pela quarta vez em menos de dois meses – para a quinta-feira (26).
No centro deste julgamento está a tese do marco temporal – que diz que os indígenas brasileiros só podem reivindicar as terras que já ocupavam no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação de nossa Constituição. Essa teoria é falha porque ela ignora todo o histórico de violências cometidas contra os povos originários ao longo dos séculos, como assassinatos, chacinas, genocídios, remoções forçadas e surtos de doenças. Os indígenas estão em Brasília para pedir que os ministros rejeitem a tese do marco temporal.
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https://www.greenpeace.org/brasil/blog/brasil-terra-indigena/