A desigualdade de gênero é a principal causa das desigualdades sociais
Por Aline Souza – jornalista, ativista dos direitos humanos e comunicadora no Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS Brasil)
A relação entre desigualdade de gênero e desigualdade social, para muitos, parece não ter nenhuma conexão, nenhum diálogo entre si. No entanto, não são poucas as opressões que vivenciamos nesse tempo histórico e parece que, de fato, é bastante incômodo para fazer o exercício de pensar suas raízes. Discutir e evidenciar esses contextos sociais é importante e até alivia nosso ser desgastado, mas isso não vai resolver nada enquanto não tivermos a coragem de enfrentar aquilo que as origina e as organiza como opressão: o capitalismo como modelo de sociedade. Antes que os olhos de quem lê se espantem, eu já logo respondo: não tenho as respostas. No entanto, existem várias saídas possíveis que, se combinadas, poderão dar certo.
É inegável que ainda vivemos em um modelo capitalista, mas quero acreditar que a pandemia nos ensinou algo muito valioso que ainda não é consenso para a maioria, afinal, nos desapegar dos velhos padrões realmente é algo muito difícil de ser feito. A lógica em que nos organizamos em formato de Estados Nação, preocupados em defender fronteiras e competir entre si, não é a mesma lógica de um vírus que circulou entre nós sem pedir licença. Ficou nítido que ninguém controla a natureza e que crises globais exigem soluções globais. Se faz necessário cada dia mais a noção de cidadania onde uma nova expressão de solidariedade global começa a despontar. A importância da democracia e da renovação das plataformas democráticas é urgente nesse momento e a questão das desigualdades sociais têm um peso enorme nessa agenda.
[...]
Veja a matéria na íntegra em: